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Traças

Habitat das Traças

As traças têm preferência por ambientes úmidos e apresentam hábitos diurnos e noturnos, sendo ativas à noite e escondendo-se durante o dia, evitando contato direto com a luz. Assim, ao acender-se a luz de um aposento, as traças procuram se esconder em frestas ou atrás de móveis e quadros. São muito ágeis e escondem-se rapidamente em frestas de móveis, armários, rodapés e caixas, sendo este último, o principal veículo de dispersão do inseto, levada junto a livros e utensílios domésticos em casos de mudança.

Algumas traças adaptaram-se muito bem ao ambiente urbano, como a espécie Lepisma saccharina L. São onívoras, alimentando-se do amido de papéis velhos, capas de livros (papelão), papel de parede, cola de livros, roupas, lençóis e sedas, além de farináceos em geral. Em museus, bibliotecas, tecelagens, supermercados, hotéis e em muitos outros estabelecimentos comerciais, as traças devem ser monitoradas com rigor, para evitar infestações severas e danos significativos. 

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Caruncho | Carunchos

Também denominados de gorgulhos, os carunchos são pequenos besouros pertencentes à ordem Coleóptera. Como todo inseto, seu esqueleto é externo e revestido por uma camada de quitina, que é lisa, brilhante e rígida. E como todo besouro, possuem dois pares de asas, sendo que o primeiro par, chamado élitro, é rígido e confere proteção ao outro par de asas e ao abdômen do inseto.

Os carunchos são considerados pragas agrícolas principalmente de grãos armazenados, embora possam também infestar os grãos ainda no campo, durante o desenvolvimento e maturação destes. Embora a infestação de grãos no campo não comprometa muito a produtividade da safra, se tona prejudicial na medida em que, quando colhida, pode infestar os depósitos, comprometendo grande parte do estoque armazenado, caracterizando a chamada “infestação cruzada”. As infestações são prejudiciais aos grãos e à agricultura, pois afetam o valor nutricional do grão e diminuem seu poder germinativo, levando à desvalorização do produto. Além disso, podem provocar aumento da umidade dos grãos, propiciando condições para o desenvolvimento de patógenos, como fungos.

Os adultos de carunchos medem em torno de 6 milímetros de comprimento. Seu tamanho diminuto e a resistência promovida pelos élitros conferem grande capacidade de locomoção nos pequenos espaços entre os grãos na armazenagem, suportando, inclusive, grandes compressões ao alcançarem os espaços mais profundos do armazenamento.

Os carunchos apresentam polifagia, ou seja, podem se alimentar de diversos grãos armazenados, o que contribui para a sua abundância. Fatores como temperatura, luminosidade, grau de impurezas e umidade dos grãos interferem nas suas infestações.

Usualmente chamam-se de carunchos os besouros da família Curculionidae, a família mais diversa entre os seres vivos, apresentando cerca de 60.000 espécies descritas, sendo que destas em torno de 5.000 ocorrem no Brasil. Também conhecidos como bicudos, os besouros da família Curculionidae apresentam espécies que se associam a plantas específicas e atacam principalmente cereais.

Até 1959 acreditava-se que a principal espécie de caruncho que atacava cereais era Sitophilus oryzae. Entretanto, naquele ano foi demonstrado que na verdade tratavam-se duas espécies distintas, recebendo os nomes de S. zeamais e S. oryzae. Essas duas espécies são muito parecidas morfologicamente, e a distinção só é possível através da observação detalhada da genitália. No estado de São Paulo S. zeamais é a espécie de caruncho que mais ataca e causa danos aos grãos de milho. Já S. oryzae ataca principalmente trigo, seguido de arroz, sorgo e, por último, milho.

Além de S. zeamais e S. oryzae outras espécies também são denominadas de caruncho. Araecerus fasciculatus é um besourinho da Família Anthribidae, sendo um importante caruncho de café. No feijão podem ocorrer infestações por carunchos da Família Bruchidae como Zabrotes subfasciatus, Acanthoscelides obtectus e Callosobruchus maculatus.

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Biologia dos Pulgões

Os afídeos são um dos grupos de insetos-pragas mundialmente distribuídos, e ocasionam prejuízos consideráveis na agricultura e em sistemas florestais.

Os pulgões podem atacar plantações, levando as plantas à morte devido à debilidade causada ao alimentar-se de sua seiva. Ao sugar a seiva da planta, o pulgão pode injetar substâncias tóxicas presentes em sua saliva. Esse composto provoca o amarelamento da planta, ocorrendo deformação do tronco quando a árvore é jovem, o crescimento é retardado e, às vezes, pode matar o broto apical. Quando isso ocorre, a planta apresenta super-brotação, e, dessa maneira, a planta não se desenvolve de forma adequada, causando prejuízos. Podem ser encontrados, na maior parte das vezes, na parte de baixo das folhas e próximos aos brotos novos. Sua atividade ocasiona o enrugamento e a deformação das folhas e dos brotos novos e, desta forma, a planta não se desenvolve de forma correta.

As fezes expelidas pelos afídeos contém grande quantidade de açúcares, constituem a substância adocicada tão apreciada por algumas espécies de formigas, em especial, as formigas melívoras. Essas substâncias doces liberadas pelos pulgões (chamada de orvalho açucarado) podem também favorecer o aparecimento de algumas espécies de fungos. Esses fungos, ao se desenvolverem nas folhas, causam o crescimento de um bolor de cor preta, denominado fumagina, que pode dificultar a realização da fotossíntese. Esse fato também prejudica o desenvolvimento correto da planta.

Os pulgões, por serem pequenos, sofrem grande influência da temperatura. Cada espécie de pulgão tem preferência por uma temperatura, em que se desenvolve melhor e que pode variar entre populações de locais diferentes. Como consequência, o tempo médio de desenvolvimento e de vida desses organismos diminui com o aumento da temperatura. Além de afetar a velocidade com a qual se desenvolvem, a temperatura afeta também a velocidade de reprodução. Sabe-se, por cálculos matemáticos, que se as condições forem perfeitamente favoráveis, um pulgão poderia, teoricamente, gerar 600 bilhões de pulgões em uma única estação.

As plantas são de extrema importância para a vida dos afídeos, uma vez que muitas características dependem da qualidade das plantas que parasitam e da temperatura que predomina no ambiente em que vivem. O ciclo de vida dos insetos da família Aphididae é variável. Porém, na maioria das vezes, esses insetos se reproduzem anualmente (apenas uma vez ao ano) e podem mudar de planta hospedeira. Já as espécies da Sub Família Lachninae apresentam um ciclo de vida também anual, e não trocam de planta hospedeira, preferindo as árvores de tronco duro, como os insetos das tribos Cinarini e Lachnini, por exemplo, ou em raízes, como os da tribo Tramini.

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Biologia dos Cupins

Os mais encontrados estão em regiões mais quentes, portanto, se concentram nas regiões tropicais e subtropicais do globo terrestre.

As espécies sinantrópicas do Brasil são representadas por: Cryptotermes havilandi, Heterotermes tenuis, Nasutitermes corniger e Cryptotermes brevis.

As castas exercem diferentes funções: a rainha e o rei têm função na reprodução e manutenção da colônia, a casta dos soldados, protege os ninhos, e a casta dos operários, que são as responsáveis pelo fornecimento de suprimento e construção do termiteiro e, é a casta mais numerosa.

Os cupins têm como todo inseto, o corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen, têm três pares de pernas, e a casta dos reprodutores apresenta dois pares de asas sub-iguais. Na cabeça há um par de antenas e um par de olhos compostos, desenvolvidos nas formas aladas e atrofiados nas formas ápteras.

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Biologia das Aranhas

A Classe Arachnida têm cerca de 60.000 espécies conhecidas, mas estima-se que este número seja da ordem de um milhão. Todas as aranhas pertencem à Ordem Araneae, que atualmente compreende 109 famílias, 3.694 gêneros e 40.462 espécies conhecidas.

As aranhas possuem algumas características exclusivas, a saber, fiandeiras associadas à glândulas de seda (teia), pedipalpos modificados em bulbo copulador nos machos e glândulas de veneno associadas às quelíceras.

A maioria das aranhas possui porte pequeno, entre 2 e 10 mm, mas algumas espécies de caranguejeiras podem atingir até 30 cm. As aranhas são predadores, portanto têm estratégias para capturar suas presas. Sendo importantes e fascinantes seres do ambiente natural, ocupam praticamente todos os habitats disponíveis, e também ocorrem no ambiente sinantrópico (junto ao homem).
Mais de 95% das aranhas pertencem à dois grupos principais, as da Infraordem Mygalomorphae, as caranguejeiras, e as da Infraordem Araneomorphae, que congregam a maioria das espécies, inclusive aquelas que podem causar acidentes no homem. Os três principais grupos de aranhas sinantrópicas que podem causar acidentes no homem são, as “aranhas-marrom” do gênero Loxosceles, as “aranhas armadeiras” do gênero Phoneutria e as “viúvas negras” do gênero Latrodectus. Muitas outras aranhas que vivem em nossas residências ou peridomicílio não têm importância médica, tal como, as “aranhas de jardim” da família Lycosidae, as Pholcidae, algumas espécies de Theridiidae e de “papa-moscas” como as da família Salticidae dentre outras.

As espécies de aranhas que acabam se aproximando do ambiente urbano o fazem geralmente quando seus habitats naturais são destruídos pelo próprio homem, o que acontece, por exemplo, quando são desmatadas áreas para construções, de forma que o homem é quem se aproxima da casa desses animais, favorecendo o contato que pode resultar nos acidentes.

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Dengue

Atualmente, a dengue é a mais importante doença transmitida por vetores nas Américas. É uma ameaça à saúde de milhões de pessoas que vivem em áreas urbanas, onde vive o seu vetor biológico, que é o mosquito Aedes aegypti. Assim, não é possível transmitir dengue por contato físico, secreções, alimentos ou qualquer outra forma além da picada do mosquito Aedes aegypti.

A complexa relação entre as variáveis climáticas, abundância do mosquito, densidade de hospedeiros humanos e sorotipos virais definem a heterogeneidade da transmissão da doença.
O vetor Aedes aegypti se reproduz quando as fêmeas colocam ovos na parede de recipientes artificiais e reservatórios pequenos e as larvas eclodem em contato com a água. Quando a fêmea do mosquito está infectada, seus ovos podem conter larvas que já carregam o vírus da dengue e, assim, gerar mosquitos capazes de continuar a transmissão da doença para a população.

Para que o processo de reprodução ocorra, é necessário o amadurecimento dos ovários das fêmeas, que se dá quando estas conseguem uma alimentação sanguínea. Depois de fertilizadas pelos machos, fazem a postura de ovos e são necessários, em média, sete dias após a fêmea colocar os ovos, para o desenvolvimento das larvas. Este tempo pode variar de acordo com fatores como temperatura e quantidade de matéria orgânica disponível na água que está em contato com a larva.

Quando os ovos não entram em contato com a água parada para que as larvas eclodam, estes permanecem embrionados e sem eclodir nos recipientes onde foram colocados mesmo quando são transportados, como no caso de pneus. Nessa forma latente, podem ficar várias semanas e assim viajar na forma de uma dispersão passiva, feita pelo homem.

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Biologia dos Ratos

Esses dentes, situados na porção anterior da boca, crescem continuamente. Têm formato de meio círculo, não possuem raiz fechada e a porção posterior do dente tem a dentina exposta. Então, o ato de roer permite que os dentes sejam afiados e não cresçam em excesso. Isto significa que, se esses animais não utilizarem os dentes (não roerem), os incisivos não param de crescer e podem voltar à raiz, ou seja, fechar o semi-círculo, prejudicando fatalmente o animal.

Assim, esses animais estão sempre roendo. Não importa se é alimento ou não, eles não podem ficar sem utilizar seus dentes. Devido a esse fator importante, os roedores passam a maior parte do tempo procurando substâncias para afiar os dentes. Além disso, podem viver e/ou andar nos mais diversos lugares, como galerias ou fios e cabos elétricos, o que causa grande prejuízo ao homem.

No Brasil, a ordem dos roedores apresenta cerca de 74 gêneros e 236 espécies, ou seja, somente no Brasil, ocorrem mais de 230 espécies diferentes desses animais. Como sempre estão em busca de abrigo e alimento, muitas vezes acabam trazendo desconforto e perturbação em várias regiões, principalmente as grandes cidades. Porém, é importante saber que a grande maioria dessas espécies não causa perturbação alguma ao homem, pois são espécies silvestres que vivem restritamente nos locais em que estão adaptadas, como florestas, cerrado, caatinga.

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Biologia dos Escorpiões

De modo geral, o corpo dos escorpiões é separado em duas regiões: o prosoma (cefalotórax) e o opistosoma (abdome). O prosoma é coberto dorsalmente por uma carapaça. Parcialmente abaixo dessa carapaça, posiciona-se um par de quelícera responsável por rasgar e dilacerar a presa. Acima da carapaça existem 5 pares de olhos. O primeiro par, grande e primitivo, possui capacidade de percepção da presença ou ausência da luz. Os demais pares provavelmente regulam o relógio biológico do animal. Além disso, na região do prosoma há 4 pares de patas e um par de pedipalpos.

Estes servem para capturar, conter e esmagar a presa, além disso, podem dar proteção contra um predador. Já o opistosoma é composto pelo mesosoma (pré-abdome) e metasoma (pós-abdome). O mesosoma apresenta dorsalmente 7 segmentos (Tergitos) e ventralmente 5 segmentos (Esternitos). Por sua vez, o metasoma erroneamente denominado de cauda, possuí 5 segmentos arredondados e o Telson. O Telson é composto de uma vesícula com duas glândulas de veneno e um ferrão (aguilhão) que serve para inocular o veneno na presa.

O veneno do escorpião, cuja principal função é imobilizar um animal e, secundariamente, auxiliar na defesa contra um predador, contém um complexo químico composto principalmente de neurotoxinas que agem no sistema nervoso e causam dor e aumento da pulsação cardíaca. Em alguns casos, a toxicidade desse veneno pode ser comparada com o volume dos pedipalpos, ou seja, quanto mais robusto os pedipalpos do animal, menos poderoso é o seu veneno e vice-versa.

No Brasil, os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus, que é o mais abundante em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. Do ponto de vista da saúde pública, existem 5 espécies principais que podem acarretar um sério prejuízo ao homem.

A espécie Tityus serrulatus é a mais importante devido a potência do seu veneno e a abundância de indivíduos no ambiente urbano, já que esse escorpião se reproduz por partenogênese (sem presença de um macho). Esse animal, popularmente chamado de escorpião-amarelo, mede aproximadamente de 6 a 7 cm e possui coloração marrom, porém com pedipalpos, patas e cauda amarelada. Além disso, os dois último segmentos do metasoma apresentam uma serrilha dorsal e, ventralmente, uma mancha escura. A espécie Tityus bahiensis mede também cerca de 6 a 7 cm e possui coloração do corpo e do metasoma marrom. Também conhecido como escorpião-marron, os pedipalpos e patas desses animais apresentam manchas escuras. Já o Tityus stigmurus, de coloração amarelo-escuro, apresenta um triângulo negro no cefalotórax, uma faixa escura longitudinal mediana e manchas laterais escuras nos tergitos. Essa espécie também mede cerca de 6 a 7 cm e está presente somente na região nordeste do Brasil. Por sua vez, a espécie Tityus cambridgei, presente somente na região amazônica, possui coloração do corpo, patas e pedipalpos quase negra e mede aproximadamente 8,5 cm. Tanto Tityus stigmurus como a espécie Tityus cambridgei são vulgarmente chamados de escorpião-preto. Finalmente, a espécie Tityus metuendus possui coloração do corpo vermelho-escuro, quase negro, com manchas avermelhadas no dorso. As patas contêm manchas amareladas e o metasoma apresenta um espessamento no 4° e 5° artículos. O indivíduo adulto dessa espécie também mede por volta de 6 a 7 cm de comprimento.

Os escorpiões surgiram no mar e com certeza formam um dos grupos mais remotos de aracnídeos a conquistar a superfície da Terra. Esses animais adaptaram-se muito bem ao meio ambiente urbano e atualmente, convivem desarmonicamente com a sociedade devido ao mal-estar biológico que seu veneno pode causar no corpo humano. Apesar do pavor psicológico que os escorpiões representam para algumas pessoas, no seu ambiente natural esses artrópodes têm uma participação importante na cadeia alimentar como predadores e, portanto, controlam o crescimento populacional de outras espécies, principalmente de insetos como as baratas.

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Biologia das Baratas

De modo geral, as baratas sinantrópicas apresentam corpo oval, largo e achatado, cabeça curta e antenas longas e móveis, com função na comunicação, no reconhecimento do parceiro durante o cortejo de acasalamento e nas percepções de odores. Possuem elevada taxa reprodutiva, já que a fêmea é capaz de gerar dezenas de descendentes de uma única cópula com um macho. Esses insetos são, por excelência, onívoros e forrageiam à procura de comida e água durante à noite, devido a maior proteção contra predadores que a ausência de luz pode proporcionar. Esses insetos habitam o interior de fendas e rachaduras, onde encontram abrigo, calor, umidade e acúmulos de sujeira como restos de comida e entulho.
Entre as espécies sinantrópicas mais comuns de interesse médico estão Periplaneta americana, popularmente denominada de barata americana, barata vermelha, barata voadora ou barata de esgoto; a espécie Blatella germanica também conhecida como barata alemãzinha, “francesinha” ou paulistinha e a Blatta orientalis cujo nome popular é barata oriental. A barata americana é a maior espécie doméstica podendo chegar de 4 a 5 cm de comprimento. Ela apresenta uma coloração avermelhada com um bordo amarelo vivo no escudo protetor da cabeça e as asas, no macho, ultrapassam um pouco o comprimento do abdômen, enquanto que das fêmeas possuem o mesmo comprimento do corpo. Já a barata alemãzinha possui altíssima taxa reprodutiva sendo a espécie de maior freqüência nas cozinhas. É um inseto pequeno com comprimento aproximado de 1,5 cm e apresenta duas faixas longitudinais mais escuras no escudo protetor da cabeça. Por sua vez, a barata oriental, bastante comum no Brasil, caracteriza-se por não voar devido ao reduzido tamanho das suas asas. Têm coloração marrom escuro e os machos medem cerca de 3 a 4 cm de comprimento enquanto as fêmeas por volta de 2 a 3 cm. No Brasil, outras baratas domésticas também podem viver e reproduzir-se junto ao ambiente urbano, entretanto com menor freqüência ou em regiões específicas do País.

A presença dessas baratas no ambiente doméstico pode ser determinada pela observação do animal ou por meio das fezes, ovos ou pelo cheiro que exalam. Estima-se que num ambiente infestado com a espécie Blatella germanica (barata alemãzinha) existam aproximadamente 1.000 indivíduos no local. Por isso, a prevenção é a melhor maneira de evitar infestações.

As baratas sinantrópicas adaptaram-se bem ao meio ambiente urbano e convivem de modo desarmônico com a sociedade humana, já que, além do pavor que representam para algumas pessoas, podem carregar consigo patógenos prejudiciais à saúde. Entretanto, vale ressaltar que no seu ambiente natural esses insetos desempenham o papel ecológico de cicladores de nutrientes e de redução da madeira morta, aspectos fundamentais para manutenção da vida no planeta.

Outros Aspectos Biológicos

O sistema nervoso das baratas segue o padrão dos artrópodes com o gânglio cerebral sendo regionalizado e inervando partes determinadas dos olhos, antenas e peças bucais, bem como, glândulas salivares e musculatura. Corpos glandulares e certas células neurosecretoras regulam o crescimento e a metamorfose. Seu sistema respiratório é composto por traquéias, isto é, um complexo de túbulos que se abrem para o exterior através de pequenas aberturas na parede do corpo e que conduzem o oxigênio do ar diretamente às células. O sangue das baratas é denominado de hemolinfa, um fluído, no geral incolor, contendo células especiais para a coagulação, defesa contra microorganismos e substâncias estranhas, cicatrização e distribuição de nutrientes. Tanto as peças bucais como o trato digestivo têm adaptações à dieta alimentar das baratas e o armazenamento, a síntese e regulação de açúcares, gorduras e proteínas são realizadas por um tecido que recobre o tubo digestório.

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Biologia dos barbeiros

Na Ordem dos hemípteros incluem-se insetos conhecidos como “percevejos-de-cama, percevejos-de-mato, barbeiros e barata d’água. A maioria dos hemípteros nutre-se de seiva vegetal, muitos deles são predadores de outros insetos e outros poucos são hematófagos. Dentre os de importância médica estão os percevejos de cama (família Cimicidae) e os barbeiros (família Reduviidae, subfamília Triatominae). A família Reduviidae contem entomófagos (predadores de outros insetos) e hematófagos obrigatórios. Reconhece-se no geral estes insetos pelo exame da forma e relação do comprimento do aparelho bucal, denominado probóscide ou bico. Fitófagos têm probóscide reta e longa, que ultrapassa o primeiro par de pernas. Os predadores e hematófagos possuem probóscide curta que não ultrapassa o primeiro par de pernas e a extremidade distal desta repousa num sulco longitudinal do prosterno. A probóscide curta e curva tende a caracterizar um hemíptero predador e a probóscide curta e reta, um triatomíneo hematófago.

Todos os triatomíneos possuem hábito noturno, ou seja, durante o dia escondem-se em abrigos, e preferencialmente à noite, durante o sono dos hospedeiros, os insetos vêm alimentar-se de sangue, pois sem este o ciclo evolutivo de ovo a adulto não se completa. As ninfas passam por cinco mudas de pele e começam a sugar sangue dois a três dias após a eclosão dos ovos. Em média o ciclo vital é de 300 dias podendo chegar a 2 anos. Durante toda a vida -e a depender das condições abióticas e de alimentação- o número de ovos/fêmea pode ser igual a 500 ovos ou mais.

Um aspecto importante dos hábitos dos triatomíneos é a eliminação de dejetos após os repastos sanguíneos, que podem ser excretados como urina cristalina, emitida logo após cada repasto; urina amarelada, emitida cerca de 24 a 48 horas após o repasto e fezes escuras, emitidas logo após ou algumas horas depois da alimentação. Qualquer dos dejetos pode conter tripomastigotas metacíclicos, mas é a urina cristalina que possui o maior número deles. Isto se deve ao fato de que os epimastigotas permanecem aderidos no reto do inseto, mas as formas infectantes do T. cruzi (metatripomastigotas) ficam livres e são liberadas para o exterior junto com a urina. Sabe-se também que se a ninfa de 1° estágio se alimenta uma única vez do hospedeiro infectado com o protozoário, poderá eliminar a forma tripomastigota metacíclico em seus dejetos durante toda a sua vida.

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